Carros antigos: Por que colecionar ?

É uma pergunta difícil de responder… Muita gente pode alegar que é preciso muito dinheiro para conseguir tal façanha, mas na verdade, o que se guarda são desejos, lembranças, memórias do que se viveu, parentes que se foram, uma vida que se viveu nos automóveis, na grande maioria dos casos.

Quem nunca ouviu falar do Fusca que o ex-jogador Viola – grande ídolo do Corinthians, tetra campeão com a seleção, em 94 – mesmo no auge de sua carreira, sempre guardou com carinho na garagem de sua casa, ao lado de carros caros e modernos? Se for mencionar o caso de amor de muitos colecionadores com o Fusca, este texto não teria fim.

O que se quer frisar é que não é o preço ou o status que o carro traz que faz com que ele se torne item de colecionador. Há inúmeros casos de colecionadores de Kombis, Belinas, Variants, Corcéis, Jeeps, TL’s e outros menos cotados. O rei Roberto Carlos já foi visto a bordo de um Apolo há muito pouco tempo. Mais vintage que isso é impossível!

Quem consegue resgatar aquele carro do pai, que serviu toda à família durante anos, se sente tão sortudo quanto quem ganha na loteria. Se o pai já se foi, o valor triplica. Automóveis fazem parte da memória afetiva das famílias brasileiras desde que a indústria foi realmente efetivada no país, nos tempos de Juscelino Kubitschek.

O jornalista – e eventual piloto de corridas – especializado em automobilismo Flavio Gomes, atualmente no canal de TV Fox Sports, é dono de uma singela coleção de automóveis muito bonita e que pode vir a espantar os desavisados.

Sua preferência maior é por carros como os russos da Lada e os antigos DKWs germano-brasileiros. Fabricados no país entre 1956 e 1967, os “decavês” acabaram se tornando os famosos carros AUDI, após a compra da empresa original pela compatriota Volkswagen.

Com 30 carros na garagem – muito bem cuidados, como ele sempre demonstra com fotos, vídeos e textos que posta nas redes sociais – ele demonstra seu gosto peculiar por veículos que nem todo mundo se interessaria.

O mais comum, no entanto é ver coleções como a de grandes industriais e empresários, que enchem suas garagens especialmente construídas com espécimes raras, de marcas mundialmente famosas que valem não apenas como hobby, mas também como investimento.

Personalidades como o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, por exemplo, gostam de ostentar itens valiosos como Lamborghinis, Ferraris, Aston Martins, mas seus carros são peças descartáveis. Quando sofrem acidentes, eles simplesmente os substituem por outros, similares ou mais valiosos. Não há, na grande maioria dos casos, zelo ou afetividade por nenhum deles.

Já ex-pilotos gostam de guardam em suas garagens – ou seriam museus? – carros de corrida juntamente com os de passeio. Quem possui uma coleção digna de figurar entre as melhores do planeta, aqui no Brasil, é o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet.

Infelizmente, visitar a coleção particular está reservado aos amigos mais próximos, família e alguns sortudos que conseguiram ser contemplados. Resta aos fãs, tanto de Piquet quanto do automobilismo, em geral, torcer para que um dia uma bela exposição seja realizada, aberta ao público.

Existe um bom mercado para carros antigos, mesmo aqui no Brasil. Eles sobem e descem de preço constantemente. Quem gosta ou sonha ter um deles na garagem deve ficar sempre atento, participar de grupos de colecionadores, sites especializados e ir a exposições e encontros dos fanáticos pelo tema, antes de começa a investir seu dinheiro.